CIÊNCIA
Pesquisas mostram que os animais realmente sentem e sofrem por nós
A revista Animal Cognition publicou recentemente uma pesquisa revelando aquilo que os apaixonados por cães já sabiam: eles são amigos leais na alegria e, também, na tristeza. O Departamento de Psicologia da Universidade de Goldsmiths College de Londres colocou 18 cães de diferentes idades e raças separados em quatro grupos com seus donos e pessoas estranhas. Enquanto alguns humanos cantarolavam e sorriam; outros fingiam chorar.

Extremamente sensíveis, os animais consolaram as pessoas que choravam e acariciavam-as sobremaneira. "Há uma boa razão para suspeitar que os cães são mais sensíveis à emoção humana do que outras espécies. Eles foram domesticados durante muito tempo e criados de forma seletiva para se comportar como companheiros", afirma Deborah Custance, uma das pesquisadoras.

Sobre o que se passa na cabeça de um cão, outro estudo publicado na PLoS ONE demonstra que o cérebro reage assim que eles observam humanos. Neste caso, os investigadores treinaram os animais para responder a sinais gestuais que indicavam se iriam receber comida ou não. O núcleo caudado do cérebro dos cães, uma área associada à recompensa nas pessoas, mostrou ativação quando sabiam que iriam receber comida. “Estes resultados indicam que os cães prestam muita atenção aos gestos humanos” disse Gregory Berns, diretor do Emory Center for Neuropolicy.

Para Karine Silva, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (Portugal), o contágio emocional é um conceito em Psicologia que pressupõe que conseguimos sentir literalmente o estado emocional de outra pessoa. Mas será que os cães sentem nossas emoções e nossos estados interiores da mesma forma que nós? Há inúmeros relatos de cães que salvam vidas humanas, mas ainda não se sabe se este comportamento surge por acaso ou se vêm do pensamento sobre o dono.

A ciência e os pesquisadores irão a fundo no tema “emoção canina” para descobrir as tarefas que eles podem desempenhar e quais devem ser evitadas. “As intervenções assistidas por animais são um contexto muito carregado a nível emocional. Quando levo meu cão até crianças autistas, por exemplo, esta convivência não pode ultrapassar 15 minutos, pois senão no dia seguinte o animal fica apático e não come devido à absorção de toda a carga emocional daquela situação”, afirma Karine Silva.

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